No embalo desta véspera de feriadão de carnaval, nossa edição de hoje está mais leve e variada. Por exemplo: por que não começar falando de uma fraude?
Em meados do ano passado, a Uber, que investe pesado em mídia programática, começou a desconfiar dos dados de atribuição apresentados por suas agências e fornecedores de AdTech. Uma investigação interna revelou o tamanho do buraco: essas empresas faturaram a Uber por US$ 70 milhões em alocação de anúncios "não-existentes, sem visibilidade ou fraudulentos", segundo a revista AdWeek.
A Uber foi vítima da maior fraude da história da publicidade digital. O que contribui para a percepção de que esse mercado vive uma bolha, como mostra esta excepcional reportagem do site The Correspondent.
O Kevin Frish, head de performance da Uber que liderou a investigação, deu a seguinte recomendação em entrevista ao podcast Marketing Today: "parta do princípio de que metade dos dados dos canais de display é fraude." Ele explica em detalhes como é difícil identificar o problema e as limitações das soluções anti-fraude disponíveis no mercado. Se você trabalha com mídia paga, vale ouvir na íntegra.
Em tempo: segundo o Frish, depois de confirmar a fraude, a Uber cortou US$ 120 milhões de um budget de US$ 150 milhões... sem nenhum impacto nos resultados. Mais um lembrete de que atribuição é coisa séria, até porque fraudes só explicam uma parte da ineficiência na alocação do investimento.