Outro dia, em conversa com uma profissional de marketing que admiramos muito, ela nos disse: "Ferramenta é meio. Até quando as áreas de marketing e vendas vão tratar ferramentas como um fim?"
Ela tem razão, claro.
O tempo não passa, ele voa. Desde 2013 já trabalhamos em mais de 100 projetos de implementação de ferramentas de marketing e vendas. A gente lembra do primeiro deles. Parece que foi ontem.
Na nossa experiência, a ferramenta propriamente dita é o fator MENOS importante para o sucesso desses projetos. Aliás, tratá-la como o fator MAIS importante aumenta drasticamente as chances de um projeto fracassar.
As empresas que extraem o maior valor do investimento em ferramentas são aquelas que a) da porta pra fora, usam as ferramentas para dar qualidade e escala à experiência do cliente; e b) da porta pra dentro, para dar produtividade e escala aos processos e atividades internas.
Então, aqui vai um breve, precário e provisório modelo para decidir sobre a melhor ferramenta de marketing e vendas para a sua empresa:
2. Mapeie e revise todos os processos e atividades internas e externasque dão suporte à estratégia/experiência. Por exemplo: pesquisa, planejamento, produção e otimização de conteúdo, campanhas de mídia paga, canais e interações online e offline com o cliente, etc.
3. Levante os requisitos técnicos necessários para dar suporte a esses processos e atividades. Por exemplo: quantos contatos você terá na base? Quantas campanhas vão acontecer simultaneamente, e em quais canais? Quais são as métricas do seu modelo de atribuição? Com quais outras ferramentas a nova ferramenta precisará ser integrada, e como?
4. Só aí você terá clareza para tomar a melhor decisão possível sobre a(s) ferramenta(s) que melhor atende(m) a esses requisitos técnicos dentro do seu orçamento.
Esta semana o Tesore e o Paulinho bateram um papo com a Camila Risden, diretora de marketing e comunicação da Security Segurança e Serviços.
Ela contou um pouco pra gente sobre a experiência de gerenciar uma área de marketing na crise, a necessária revisão de estratégia e prioridades e, acima de tudo, como lidar com o fator humano neste momento sensível para clientes, parceiros, funcionários e famílias. Foi muito legal e você pode assistir aqui no nosso canal no YouTube.
Falando em vídeo, na última edição trouxemos algumas recomendações de como fazer eventos virtuais. A principal delas, claro, foi a de não fazer esses eventos só por fazer.
Dito isso, faltou lembrar uma recomendação muito importante: legendar seus vídeos. E não é só uma questão de acessibilidade. A Paula Pfeifer, do site Crônicas da Surdez, explica:
"Você sabia que muitos vídeos nas redes sociais são assistidos sem som? A pessoa pode estar sem os fones de ouvido no momento, ou estar em um lugar onde não é viável usá-los, e muitos passam direto por vídeos sem legendas. Quando o conteúdo é legendado, não só aumenta o público geral, como também se torna inclusivo para uma enorme parcela de pessoas com deficiência auditiva!"
Neste post ela lista várias opções de aplicativos úteis para capturar, editar e publicar legendas. Complemente com esta análise da HubSpot sobre quais formatos (palestra, webinar, Q&A, tutorial, etc.) funcionam melhor para cada tipo de vídeo.
Abre aspas:
“Esta não é mais uma profissão em que basta ser o mais inteligente, experiente e capaz. É uma profissão cuja complexidade excedeu a capacidade de qualquer indivíduo, pelo volume de conhecimento e pela habilidade que demanda de seus praticantes. Hoje nós temos que prestar serviços não mais como indivíduos, mas em equipe. Saber resolver problemas em equipe é o que não está sendo ensinado. É aqui que está a maior oportunidade de avançar, e nós não estamos conseguindo.
Os médicos do futuro têm que aprender a entender e aconselhar, não apenas dizer a um paciente quais são as opções de tratamento. Para fazer isso, é necessário apurar com precisão e clareza quais são os objetivos e prioridades do paciente. (…) Quando nós somos capazes de alinhar os objetivos e prioridades do paciente ao tratamento, conseguimos resultados muito melhores, em quantidade e qualidadade."
Quem disse isso foi o Atul Gawande, escritor, neurocirurgião e professor de medicina em Harvard. Resumindo, é o seguinte:
Nenhum profissional, por melhor que seja, tem todas as respostas.
Logo, saber trabalhar em equipe torna-se obrigatório para resolver problemas complexos.
Definir com clareza um problema e perseguir uma solução — em harmonia com os objetivos e prioridades do cliente — dá resultados, em quantidade e qualidade.
Se essa reflexão vale para profissionais da medicina, uma profissão com altíssimas barreiras de entrada, em que ninguém chega perto de um paciente sem passar por anos de estudo e sacrifício, certamente vale para nós, profissionais de marketing, vendas e tecnologia, e nossos clientes.