Outro dia o Rand Fishkin, talvez a maior autoridade do planeta em SEO, mostrou aqui como o Google deixou de ser escala para virar destino final: já menos de metade das buscas resulta em cliques.
Antes, a gente abria o Google, fazia uma busca, clicava em um link e era imediatamente direcionado a outro site. Agora, a maioria das buscas retorna conteúdo do próprio Google (como links do YouTube e da Play Store) ou conteúdo que o Google canibaliza de outros sites, como verbetes da Wikipédia, receitas de bolo e placares esportivos.
E daí? Daí que milhões de empresas têm no Google o seu principal canal de geração de demanda e aquisição de novos clientes. Se o Google deixa de ser um intermediário para ser o destino final, essas empresas são diretamente afetadas.
É o caso da TripAdvisor, gigante do setor de turismo que recentemente perdeu 20% do valor de mercado, e acaba de anunciar demissões em massa. Deu na Bloomberg:
"O Google lançou novas ferramentas de busca de hotéis e vôos que competem com a TripAdvisor. Além disso, o Google encheu de anúncios o topo da página de busca, forçando empresas como a TripAdvisor a gastar mais em mídia para manter o tráfego. A empresa disse que essa mudança ‘nos tirou tráfego de qualidade, que teria chegado ao TripAdvisor via links orgânicos e gerado receita com margens altas'".
Então, fica o alerta: se o Google é importante na sua estratégia de crescimento, sua empresa tem que se preparar desde já para o que vem por aí.
Comece com esta ótima apresentação do Fishkin, cujo título já diz tudo: “Google em 2020: de buscador de todos nós a concorrente de todos nós”. Se quiser se aprofundar na estratégia do Google, não perca esta análise do Ben Thompson, do Stratechery.